Cristais na urina... e agora?

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Os cristais na urina são velhos conhecidos dos bioquímicos que atuam em laboratórios. Na verdade, foi o primeiro elemento a ser descrito no estudo microscópico da urina, lá nos anos 1600. Os cristais são frequentemente encontrados na urina e na maioria das vezes não representam um perigo direto à saúde renal, mas sempre são motivo de curiosidade e preocupação dos pacientes. Os cristais se formam decorrentes do acúmulo de moléculas de substâncias que chamamos de litogênicas, que poderão formar os cálculos (ou pedras, como são popularmente conhecidas) no futuro. Outra informação muito importante é que os cristais podem se formar devido a alterações de temperatura após a coleta. E cuidado para não confundir cristais de urina com pedras na urina, pois, lembrando: os cristais são muito pequenos e invisíveis a olho nu, eles não causam dor ao urinar, para visualizá-los usamos um microscópio que faz o aumento de 400 vezes, assim nós conseguimos ver eles como nas fotos abaixo. O pH urinário influencia na formação de cada tipo de cristal. Existem cristais de urina alcalina e urina ácida. Em urinas mais alcalinas encontramos com mais frequência a formação de cristais de fosfatos amorfos e fosfato triplo. Já em urinas mais ácidas os principais achados são oxalato de cálcio, uratos amorfos e ácido úrico.

Lembrando que os cristais podem aparecer na urina de pessoas que não possuem nenhum problema renal, porém eles podem ser considerados um fator de risco para o desenvolvimento de litíase renal (Pedras nos rins) . Fatores como hábitos alimentares, distúrbios metabólicos, hereditariedade, sedentarismo e pouca ingestão de água contribuem para a formação dos cálculos. Caso você esteja com dor ou com alguma dúvida, procure um nefrologista!

Autor: Dr. Rodrigo Lunelli

Farmacêutico - CRF/SC 14934