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Prevenção ao HIV: PEP e PrEP

No mês passado falamos um pouco a respeito da estratégia adotada pelo governo brasileiro para a prevenção do HIV e como isto se tornou um modelo até para países mais ricos e desenvolvidos. #saobentodosul #hiv #aids #rionegrinho #saude #medicinadiagnostica

No mês passado falamos um pouco a respeito da estratégia adotada pelo governo brasileiro para a prevenção do HIV e como isto se tornou um modelo até para países mais ricos e desenvolvidos. No entanto, embora o Brasil seja pioneiro em algumas estratégias, outras estão apenas na sua fase inicial.


Dentre as estratégias biomédicas, entram em destaque as chamadas PEP e PrEP. São duas intervenções que visão prevenir a contaminação do indivíduo com o HIV. E é sobre elas que falaremos este mês.


PEP é uma sigla para Profilaxia Pós-Exposição. Como o próprio nome sugere, é um tratamento preventivo que pode ser utilizado após a pessoa ter tido contato de risco e exposição ao vírus HIV. A PEP surgiu inicialmente como um tratamento para profissionais da saúde que sofreram acidentes de trabalho com amostras que poderiam ser soropositivas. Nesse sentido, o profissional faria uso da PEP para evitar que ele próprio se tornasse soropositivo.


Após os primeiros anos, o Ministério da Saúde baixou uma nova portaria ofertando a PEP para indivíduos focados em alguns grupos de risco, como profissionais do sexo, vítimas de violência sexual e profissionais da saúde que sofreram acidentes de trabalho. Depois disso, a PEP passou a ser ofertada gratuitamente para toda a população, na rede de atenção básica a saúde.


A PEP consiste no uso de medicamentos antirretrovirais para reduzir o risco de infecção pelo vírus HIV em situações de exposição do indivíduo. O tratamento é considerado uma urgência médica, ou seja, é recomendado que se inicie preferencialmente entre duas horas e 72 horas após a exposição ao vírus. Se a janela de início ultrapassar este tempo, a taxa de eficácia da PEP começa a decair, a ponto de o tratamento se tornar inefetivo.


Uma vez que o tratamento se inicie no tempo correto, sua duração é de 28 dias e, durante este tempo, a pessoa deve fazer acompanhamento com a equipe de saúde. Por fim, é recomendado que após 3 meses do termino da PEP, o indivíduo realize o exame de HIV para verificar seu status.


Já a PrEP significa Profilaxia Pré-Exposição, ou seja, é uma estratégia de prevenção anterior a exposição de risco. A PrEP existe no Brasil há pouco mais de 1 ano e, embora seja gratuita, ainda não está disponível em todo o território nacional e nem para toda a população. Atualmente, somente, profissionais do sexo, pessoas que assumem comportamento de risco e pessoas em relacionamento com parceiro soro-discordantes podem recorrer a PrEP.


A PrEP consiste num comprimido que deve ser tomado diariamente, assim impedindo que o vírus HIV se estabeleça no corpo da pessoa, caso ela seja exposta. A pessoa fazendo uso da PrEP estará protegida em 7 dias para sexo anal e 20 dias para sexo vaginal. Enquanto a pessoa fizer uso da medicação, estará protegida do HIV. Mas o próprio governo pede atenção a um detalhe: O tratamento só faz efeito enquanto a pessoa tomar o remédio todos os dias. Uma vez que isso seja esquecido, o tratamento recomeça do zero.


A PrEP é um tratamento que já existe em outros países, como Estados Unidos, Canadá e Inglaterra. Em todos é considerado um tema controverso. De um lado, pesquisadores mostram estudos apontando o grande avanço na possibilidade de conter a infecção pelo HIV. Por outro lado, muitas pessoas afirmam que a PrEP serve de estímulo para o abandono do uso de preservativos.


O governo federal adotou a PrEP como parte das estratégicas de prevenção combinada, ou seja, a todo momento é reforçado que o ideal é sempre utilizar dois métodos de prevenção, por exemplo, PrEP e preservativo.


De qualquer forma, apesar da PEP e da PrEP serem grandes avanços, tanto no âmbito cientifico como na quebra de paradigmas com relação ao HIV, nenhum dos dois tratamentos é garantia de uma vida saudável. Vale lembrar que existem inúmeras outras doenças sexualmente transmissíveis que não são prevenidas por estes tratamentos, sendo eles exclusivos para HIV.


A melhor estratégia ainda é o diálogo aberto, a busca de informação, o conhecimento do próprio status, a quebra do preconceito e o acompanhamento médico, se necessário.

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